quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Uma gaja despede-se. Quer aproveitar umas férias de Inverno. Serões à lareira, tardes inteiras enroscada numa manta deitadita no sofá. Leitinho quente, torradinhas, lanchezinhos com amigas, ver montras sem olhar para o relógio, sem horas de almoço e em menos de dez dias recebe um telefonema para voltar a trabalhar. Não podiam esperar assim uns dias, tipo um mês?

Claro que estou a ser irónica. Claro que estava preocupada e queria voltar ao mundo dos trabalhadores. Claro que estava a gostar deste santo descanso… Claro que o dinheiro dá jeito.

Dia 3 de Dezembro regresso ao jornalismo. Impalada mas feliz! E para aqueles que têm a mania que o Sr. Jacques Rodrigues é o pior, só tenho algo a declarar: Há para aí coisinhas bem piores! Acreditem.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007


Agora, querem saber o que ando a fazer. Claro que nessa mesma tarde em que me despedi comecei a fazer uns contactos a informar que estou de volta ao jornalismo e disponível no mercado. Como sabem, isto não está fácil… Mas recebi algumas propostas de colaborações. Recuperei o meu bloquinho das ideias e lá vão surgindo algumas mas ainda enevoadas. Isto de trabalhar em casa é preciso uma grande disciplina e confesso que ainda não a alcancei.

Entretanto, para grande alegria do meu general, tornei-me uma fada do lar por tempo limitadíssimo. Além de ter ficado sem empregada há alguns meses, a desorganização cá em casa era tanta que já não encontrávamos nada. Sabem quando se chega àquele ponto em que se abre o armário e não se consegue ver nada? Pois, a minha estava pior.
Comecei pela roupa, seguiram-se os sapatos, as malas, os cintos, chapéus, meias e cuecas. Ah pois, cá em casa é assim: uma gaveta para sutiã, outra para a lingerie sexy, a do período é à parte, tal como as meias da equitação. Prateleiras divididas em três: para camisolas de alças, de manga curta e comprida. Cabides de camisas para um lado e de calças para outro. As pulseiras, os colares, os brincos… Bem, levei um dia inteiro nisto.
Viver num T0(tá certo que é nas Avenidas Novas, mas é um T0) é preciso uma grande dose de organização e muita inteligência para aproveitar todos os espaços livres sem transformar a casa numa arrecadação.


Arrumações à parte, tenho feito algumas invenções na cozinha. Ontem fiz a minha primeira sopa: Creme de espargos a la Marianecas.


No fundo, ando armada em dondoca. Pois que vou todos os dias tomar o meu pequeno-almoço à rua, malhar dia sim dia não, depois faço a minha voltinha, vejo umas montras, umas comprinhas de Natal e de supermercado, vou ao cinema, um lanchezinho com uma ou outra amiga que lá aparece no intervalo do trabalho, tenho as aulas de equitação e assisto às minhas séries favoritas. Enfim, é o que se arranja para ocupar o tempo enquanto não regresso ao mundo do comum dos mortais: casa/trabalho/casa.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Ao galope

Quem diria que três quedas a cavalo numa aula de equitação ia acabar em história de amor entre aluna e professor. Ah pois é, já lá vão dez anos.
À primeira vista parece um filme romântico: passeios a cavalo, sexo nos estábulos, montar, desmontar, botas altas, calças justas, trotes e galopes. Esqueçam!
Vocês sabem lá o que é andar a cavalo em Monsanto por caminhos esburacados, subidas e descidas vertiginosas. E não me venham com a conversa que é mato, pois eu sei que há trajectos mais direitinhos, mas “os cavalos precisam de trabalhar, criar músculo e resistência”. Irra, também eu… Onde está o romantismo?
Foi por estas e por outras que encostei as botas há três anos.

No fim-de-semana do meu aniversário, uma festarola no monte, voltei a por o pé no estribo matar saudades do trote. Uma voltinha à guia, só para ganhar confiança. Quatro dias depois estava de volta às lides equestres. Meia hora de galope que despertaram o vício de tantos anos. Pior foi o dia seguinte: doíam-me todos os músculos, mesmo aqueles que nem fazia ideia que existissem…
Confirma a experiência que só com “outra” é que se cura e é bem verdade.
A galope, a galope, a galope, à carga!

sexta-feira, 2 de novembro de 2007