domingo, 9 de dezembro de 2007

Crescer dói

Lembro-me das dores de crescimento do meu sobrinho, que se queixava das pernas, braços e costas. Não me lembro de ter sentido tal coisa na minha infância (talvez por ter ficado pelo metro e meio e ele já me ter apanhado aos 10 anos).

Nos últimos tempos, porém, tenho sentido dores violentas que provocam tamanhos estragos que parecem não terem recuperação. Serão estas as verdadeiras dores do crescimento? São umas atrás das outras e variadas, há para todos os gostos. Desde lidar com a falta de profissionalismo de alumas pessoas, mentalizar-me que o meu pai não é nada mais do que um comum mortal, que também adoece, também tem dores, também sofre e se assusta. E perceber como sou tão indiferente para algumas pessoas que julgava serem tão especiais na minha vida.

Tenho o coração partido. Nada que 700 tubos de UHU não resolvam.

Temos pais, irmãos, sobrinhos, tios e primos. Cada um deles com os seus ritmos, com as suas personalidades, manias, gostos, prioridades e objectivos. Tudo tão diferente. Mas lá por isso não temos de desfazer os laços…
Ao fim de seis anos de casada, percebi – a muito custo - que a minha família é o meu general. Nunca tinha entendido o casamento desta forma, talvez por não ter filhos, talvez por ter vindo de uma família grande e deparar-me agora com uma mesa de jantar com apenas dois pratos (quando não é no tabuleiro sentados no sofá). Talvez por ver que as pessoas vão às suas vidas e eu tenho de ir à minha, mesmo quando fico fins-de-semana seguidos sozinha porque o general está em missão e procurar colo nas amigas, nas lojas de Campo de Ourique, no cabeleireiro, no salão de chá da Bénard, nos almoços de domingos das famílias dos outros.

Desabafos.