domingo, 3 de agosto de 2008

A ditadura dos porteiros

Confesso que nunca fui uma vítima nas mãos dos portas, apesar da minha cara (e tamanho)levantar dúvidas acerca da minha idade, o que me provocava um nó no estômago todos os fins-de-semana em que sai sem ter a idade permitida por lei para entrar nas discotecas. Talvez por fazer parte de um grupo de pessoas mais velhas e havia sempre alguém que era amigo de um amigo do tipo do bar que cnhecia bem o porteiro da porta X. Não sei. A verdade é que não me lembro de ter sido barrada à porta de uma discoteca, mesmo quando fiz 14 anos e de ter deixado, há pouquíssimo tempo, de usar saia de pregas e meias pelo joelhos… Lembro-me tão bem da importância dessa noite e como contava lá na escola essa grande saída, omitindo sempre a parte em que o gerente do Alcântara Terra sugeriu ao meu cunhado para que me levasse antes às matinés…

Quase 15 anos depois, os dramas das sextas-feiras à noite voltam a assombrar a minha casa. Desta vez, trata-se da primeira sobrinha, da primeira filha, da primeira neta. Faltam-lhe dez meses para fazer 16 anos e não tem tido sorte nas poucas saídas que é autorizada. Da primeira vez, no Nikki Beach, ficou muda quando lhe perguntaram a idade. Não há milagres! Da segunda, sentiu a arrogância dos porteiros que ignoraram o facto dela ter “ordem” do DJ para entrar na festa e ficou uma hora e meia à espera… Conclusão: Quando o assunto se resolveu e finalmente meteu o pé dentro da discoteca eram horas dos pais chegarem… Ficou lá 15 minutos e voltou para casa.

Percebo perfeitamente, respeito e orgulho-me dos porteiros do nosso Portugal que não permitem cá infracções. Lei é lei e é para cumprir, mesmo que e trate da minha sobrinha. Agora, nunca compreendi o método de selecção usado por aquela gente: "Só aceitamos casais, hummm de ganga não entra, ai esse verniz... ai, essas madeixas." Mas que raio é isto, complexo de inferioridade?

Amizade é...

Estar deitado na margem do mar Adriático, em Durovnik, avistar um iate, de bandeira portuguesa, na linha de horizonte e apressar-se a tirar a máquina fotográfica da mochila para tentar ver quem era o famoso que pela Croácia andava e mandar-me por telemóvel a imagem. “Será a Merche? O Cristiano Ronaldo?”. Sem sucesso no zoom, apressam-se a alugar uma gaivota e pedalar até alto mar…