sexta-feira, 31 de julho de 2009

Apaixonei-me



Apaixonei-me por ele, assim à primeira vista. Cautelosa que sou, não me atirei assim de cabeça. Aqui me confesso. Não percebo nada destas tecnologias. Gosto da cor, do tamanho e do formato. Agora ajudem lá. Quero um telefone, câmara fotográfica, música e internet. O que anda aí a dar?

A Capital fechou há quatro anos. Mais do que o meu primeiro emprego, A Capital tornou-me na jornalista que sou hoje. Mudou a minha vida. Pessoal e Profissional. Lembro-me bem do dia em que comecei a estagiar. Estava na faculdade e ainda sem certezas para o futuro. Ao fim da primeira reportagem, percebi que era isto que queria fazer para o resto da minha vida. Era a escrever, a investigar, a fazer manchetes que me sentia feliz. A tentar mudar o Mundo. Ajudar, pelo menos. E assim foi ao longo de quatro anos. Namorei e casei. Sempre n'A Capital. Cresci, aprendi e fiz amigos. Os melhores. Ainda hoje se mantêm. Passámos juntos pelo melhor e pelo pior. Que saudades dos gritos, das gargalhadas, das lágrimas, dos sorrisos, dos medos, do carinho, dos almoços de grupo, das noites de fecho. Dos croissants do Baloiço. Dos lanches light do XPTO, dos gelados do Yes a meio da tarde. Das boladas dos meninos do Desporto, das reuniões de edição, sempre com o Bruninho a protestar. Das investigações do Guedes, das reportagens deliciosas da Catulo. As reuniões de câmara da Marta e da Oliveira, a calma do Maltez. Do Erast. Da Milocas a pedir as contas e as folgas. Do cheiro dos cigarros. Das lições do Torcato e do Mesquita. As politiquices da Marianecas. Das discussões das touradas lideradas pelo Lázaro. Da euforia e dedicação da Edite Esteves. A boa energia do Claudinho. Momentos únicos que não se repetem mais.

Saudades.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ando com aquela sensação estranha de estar sentadinha a ver a vida passar. Voltei ao trabalho há uma semana e da lista de afazeres ainda não consegui riscar um ítem. Quero tudo e não quero nada. Esta insatisfação crónica que sofro está a dar cabo de mim. Há para aí sugestões?

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Baby Rodrigo já respira sozinho. Um vencedor! Mamã também está bem, a recuperar. Regresso casa está para breve.
Como é que, assim de repente sem aviso, um momento de felicidade torna-se numa tristeza profunda ?

Há seis meses recebi uma das melhores notícias dos últimos tempos. O "primeiro" baby Capital vinha a caminho. A minha mana de coração ia ser mãe... não de um, mas de dois bebés. O Tomás e o Rodrigo nasceram na terça-feira. Apressaram-se para conhecer o Mundo e se, por um lado, a felicidade é imensa, por outro, a preocupação e os medos apoderam-se de nós e o pior aconteceu. O telefone toca e ouve-se a pior notícia. O baby Tomás (que já estava com problemas durante a gestação) não resistiu. O pequeno Rodrigo está bem. Com 1 kg está a agarrar-se à vida e faltam algumas semaninhas para conhecer a sua nova casa.

domingo, 19 de julho de 2009

@work

Mala desfeita, biquinis guardados, banho tomado, cabelo esticado e despertador ligado. Assim chega ao fim o último dia de férias. Férias... Cinco folgas e cinco dias de férias. Fazendo as contas ainda tenho pela frente qualquer coisa como mais três semanas de puro relax. Dias que ainda não estão marcados no calendário. Há uma viagem combinada para regressar a Moçambique, um convite para entrar em 2010 com a família no Brasil e ainda a tão desejada Nova Iorque. Até lá, duas semanas já passaram e o balanço é assim assim.
Houve praia? Houve sim senhora. Mergulhos? Alguns. Bolinhas de Berlim? Simmm. Gelado de arroz doce? Soube a pouco... Mojitos? Um ou dois. Amêijoas à Bulhão Pato ao final da tarde com sangria geladinha? Também houve.
Amanhã é dia de voltar ao mundo dos crescidos. Tenho dez horas pela frente e serão passadas a dormir de forma angustiada a pensar na hora em que o desperatdor vai tocar e que eu o vou ouvir logo à primeira. Depois? Depois desligo-o enquanto penso que devia levantar-me e viro-me para o outro lado e volto a adormecer. Só depois acordo e arrependo-me de o ter desligado e de não me ter levantado logo. Vai ser assim. Uma correria. Vestir à pressa, sair sem comer e voar até ao trabalho onde chego e sou recebida com alguns olhares reprovadores devido ao atraso, à irresponsabilidade. Normalmente, aos domingos, penso sempre que a partir de agora levanto-me da cama ao primeiro toque do despertador. Visto-me calmamente, tomo o pequeno-almoço em casa e vou serenamente trabalhar. Agora, já não me engano. Não vale a pena. Eu sei que vai ser assim e não tenho outro remédio.

Desta vez, como das outras, voltei a fazer a lista de tarefas para depois das férias. Não, levantar cedo não faz parte. Não vale a pena tirar espaço ao post.
- Inscrever-me no ginásio
- Frequentar o ginásio
- Inscrever-me numa escola de dança
- Não inventar desculpas para faltar às aulas de dança
- Mudar de casa
- Cozinhar em casa
- Deixar crescer a franja
- Não comprar sapatos (até ao Inverno)
- Comer um chocolate por semana
- Resistir ao chocolate nos outros seis dias
- Juntar dinheiro
- Marcar consulta no oftalmologista
- Não desmarcar consulta
- Cuidar do meu único rim
- Comprar um tlm
- Tratar das Finanças
- Trocar de carro
- Ligar ao avô em vez de esperar pela sua chamada
- Marcar o almoço que está em falta com a Maria João
- Jantar com a Tita
- Comprar os presentes para os twins que estão aí a chegar

O meu sorriso

"Não percas nunca esse sorriso", sussurrou-me. Desceu da bancada onde estava, entre a multidão, só para segredar estas palavras no meu ouvido e depois, sem mais nem menos, voltou para o seu lugar ao som de A Dustland Fairytale, dos The Killers. Palavras de um estranho que, sem aviso, me despertaram do conto de fadas que tenho estado a viver. Não sei o seu nome, a profissão, o signo, nem a idade, mas não vou esquecer aquela cara. Cabelo preto, curto, com pequenos caracóis disfarçados no gel de efeito molhado. Óculos. Olhos pequenos, escuros. Camisa branca e jeans. Vi-o aproximar-se e, confesso, pensei de imediato: "sem paciência para conversas, o que quer este gajo..." E quando menos se espera a nossa vida gira e tudo faz sentido. Ali, no Estádio do Restelo, a ouvir o magnífico Brandon Flowers com a cabeça em lado nenhum surge um desconhecido e obriga-me a olhar para a frente. Na verdade, ninguém tem o direito de roubar o sorriso a alguém, mas - mais importante - ninguém o deve, nunca, permitir. Não vale a pena julgar quem faz mal, quem erra, quem mente, quem engana. É perder tempo. Andar às voltas com acusaçõe, não vele a pena. Está nas nossas mãos protegermo-nos, já que não existe uma lei contra este crime que continua a fazer vítimas em todo o Mundo. Não existe profilaxia, nem vacinas para esta praga que faz parte da vida, mas podemos reduzir os danos colaterais com um sorriso no rosto.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

No meu deserto


Onze anos e quatro meses depois chegou ao fim uma bela história de amor entre o professor de equitação e a aluna. Uma história que todos torciamos pelo final feliz, mas acabou sem "o viveram felizes para sempre". Hoje, ao terminar de ler o novo romance de Sousa Tavares, No Teu Deserto, apeteceu-me homenagear o homem com quem partilhei os últimos anos da minha vida. A minha vida. Aquele que esteve ao meu lado e juntos fizemos a travessia do deserto, tal como Cláudia e Miguel. Aquele que me conhece melhor do que ninguém. Aquele que reconhece o significado de cada ruga do meu rosto, de cada gesto, de cada olhar e de levantar de sobrancelha. Aquele que repetia todas as noites que eu estava em primeiro lugar, que dava a sua vida pela minha felicidade. Aquele que não resistia aos meus caprichos de menina mimada. Aquele que me fez tão feliz ao longo dos quatro anos de namoro e sete de casamento. Anos cheios de emoção, paixão e tesão. Os 11 anos que me tornaram na mulher que sou hoje. Com as qualidades e os defeitos. Os 11 anos em que passei a viver a vida real. Deixei de ser estudante, entrei no mundo dos crescidos. E ele, sempre lá. Aprendi a importância do silêncio, da partilha, da gratidão, da cedência. E ele, sempre lá. Agora, 11 anos e quatro meses depois, vou aprender a viver sem o homem que dava a vida por mim. O companheiro ideal. Aquele que todas as mulheres desejam e que eu e a minha insatisfação crónica negámos. Certamente vou arrepender-me. Certamente. Até lá, vou gozar o prazer que me dá esta busca pela felicidade.
*Este post é dedicado ao homem que eu sei que vai até ao fim do Mundo por mim. E por quem eu vivi apaixonada os últimos anos da minha vida. Serve também para acalmar a curiosidade de amigos, conhecidos e curiosos.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Sete meses em imagens


































































Voltei!

Passou-se um Natal, um Carnaval, a Páscoa e já vamos nas férias de Verão. Nasceu mais um sobrinho e estão mais quatro quase aí a rebentar. Morreu um grande amigo, deu-se uma separação, um desgosto de amor e muita tesão. Festas, concertos, jantaradas e viagens. Sete meses passaram e há muita conversa para pôr em dia. A Boop está de volta cheia de histórias para contar. Umas boas, outras nem por isso.

Andei perdida pelo mundo encantado do Facebook e acabei por trair o velhinho Blogue, mas hoje decidi cancelar a minha conta e voltar para junto dos que mais gosto. Ninguém usou as minhas imagens, nem fui alvo de assédio. Sou do contra e não gosto de seguir novelas da vida real. Aqui, as vírgulas são vírgulas, os parêntesis, parêntesis. Não há meias palavras, especulações, trocas e baldrocas. Aqui, quem escreve é a Boop.