segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O principezinho



Dois meses e sete dias depois conheci, finalmente, o Digo. Senti-lhe o cheiro, dei-lhe a mão, dei-lhe colo, olhei-o nos olhos, contei-lhe os dedos dos pés, analisei o umbigo, as orelhinhas. Cantei para ele. Viu-o mamar e a adormecer. Ouvi-o chorar.
Foi hoje e já tenho saudades.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Há as separadas, as casadas, as divorciadas, as mal casadas, as mal fodidadas, as apaixonadas, as acomodadas, as mães de família, as tias, as malucas, as urbanas, as suburbanas, as românticas, as fofinhas, as insatisfeitas, as sonhadoras, as complicadas, as gajo, as infantis, as provocadoras. Mulheres há muitas. Há para todos os gostos e feitios. Aqui me confesso. Sou das separadas, mas que recusa alinhar em grupos de mulheres que combinam jantares desesperados às sextas-feiras só para irem para um qualquer espaço suburbano espalhar sensualidade e levar para casa um "brinde" quando no fundo querem mesmo é voltar a encontrar um homem. Simplesmente um homem. Para lhes mudar as lâmpadas da casa de banho ou simplesmente para terem em quem mandar, a quem dar satisfações. Sou ainda das apaixonadas. Sim, acho que estou ou estive, sei lá, mas será um tema com direito a um post só para ele. Acomodada? Nunca! Romântica? Gostava, mas o meu nariz arrebitado não me permite. Insatisfeita me confesso. Se, por um lado, entusiasmo-me com o que se passa à minha volta e vou até ao fim do mundo para conseguir algo, por outro, perco a tesão assim que tenho o mundo na mão. Mulher-gajo. Tenho dias assim. Muitos. Não estou para conversas sérias, não quero dar satisfações, só eu e o meu umbigo. Provocadora, humm... tem dias.

On my own

Ainda vou a tempo. Ainda vou a tempo de aprender a ir sozinha para casa. Ainda vou a tempo de aprender a ir sozinha almoçar. Ainda vou a tempo de aprender a ir sozinha de férias. Ainda vou a tempo de aprender a ir sozinha ao cinema. Ainda vou a tempo de ver sozinha televisão. Ainda vou a tempo de aprender a desbloquear sozinha o meu carro. Ainda vou a tempo de aprender a decidir sozinha a minha refeição. Ainda vou a tempo de escolher sozinha a minha casa nova. Ainda vou a tempo de aprender a não ser tudo à minha maneira. Ainda vou a tempo.

E se, por um lado, tudo isto parece assustador. Por outro, parece-me maravilhoso.