quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A barata diz que tem sapatinho de veludo, é mentira da barata…

Hoje foi, sem dúvida, a pior manhã da minha vida e nada fazia prever o que me esperava. Como todos os dias, acordei ao som do despertador do telemóvel, procurei o comando entre os lençóis e liguei a tv na Sic Notícias para saber o que se andava a passar no Mundo. Já esclarecida, levanto-me – a muito custo – e arrasto-me para a casa de banho, como todos os dias. E eis que… vejo uma intrusa na minha prateleira: uma barata. Mas como é que o animal entra em minha casa assim sem mais nem menos? E logo quando o meu general já tinha saído…
O meu coração nunca bateu tão rápido. A primeira reacção foi pedir socorro, mas o meu general já estava em missão. Ali fiquei com uma angústia tão grande, de um lado para o outro sem saber o que fazer. “Pega na vassoura e mata-a. Mata-a, mata-a e deita-a na sanita”. Era “só” isto que tinha de fazer. Pois, pois... era o fazias!
Dez minutos depois, a bicha lá se enfiou dentro de um rolo de papel higiénico e eu – com um nó no estômago - fui buscar a pá e – cheia de náuseas - deitei o rolo no saco do lixo que, a esta altura, já está bem longe de minha casa.
Agora só volto a entrar em casa com uma equipa de desbaratização à minha frente para inspeccionar o terreno. A missão está marcada para as 17 horas e vai custar 90 euros.
É nestas alturas que questiono o meu velho sonho de me mudar para o campo. Será que o meu coração vai aguentar tanta bicheza junta?

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Cheiro de infância

Esta manhã mergulhei nas memórias da minha infância ao ler o artigo de sete páginas da revista Visão “Geração dos trinta”. Há lá coisa melhor do que a despreocupação, a brincadeira, a alegria e a inocência?

O pão com Tulicreme e o Caprisone de laranja.
Os Estrunfes, o Verão Azul, o Tom Sawyer, a Bota-Botilde.
A dança das cadeiras e o jogo do elástico.
Os teatros e as cantorias nas noites de Natal.
Os raspanetes da mãe.
O risco ao lado que a tia Teresa me fazia depois do banho.
O ataque de cócegas da avó Lila.
O se faz favor do avô Lilo.
O chapéu do avô Zé.
O bolo Podre da avó Maria.
Os funerais das formigas e dos bichos-de-conta nas caixas de fósforos.
As tardes nos museus e nos jardins de Lisboa enquanto a mana velha namoriscava.
Os Playmobil do mano religiosamente bem arrumados e divididos – capacetes para uma caixa, armaduras para outra, cabelos noutra, cavalos, motas e carroças afilados numa estante.
As tardes a decorar o verbo To Be.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Mudasti?


É impressão minha ou os polícias estão mais simpáticos,? O assunto é polémico, eu sei e tenho consciência dos riscos que corro ao levantar esta questão, mas alguém tem de o fazer, verdade?!
Numa altura em que ao virar da esquina há um radar à espreita, eis que surge um novo perfil do agente de autoridade.

Caso1:
No outro dia ia a fazer os meus telefonemas higiénicos durante o percurso trabalho/casa e eis que me aparece um acelera no meu lado esquerdo. Ainda pensei que fosse algum engraçadinho a querer conversa, é o prato do dia... Ups. A bófia!
Sem auricular pensei: “estás lixada!” E não é que não estava…
Depois de 15 minutos a ouvir um sermão como há muito não ouvia mas que me deixou com um nó na barriga ao perceber que corria o risco de ficar sem carta durante um mês porque já tenho cadastro (excesso de velocidade), lá ouço a célebre expressão: “Vá, siga lá…”
Ai obrigadinha, obrigadinha.

Caso 2:
Não aconteceu comigo, mas aconteceu. Passava pouco da uma da manhã de quinta-feira, à saída do Lux, um condutor passa o sinal de vermelho. Azar dos azares. Á frente uma operação Stop. Conversa para aqui, conversa para acolá, nada de teste do balãozinho e nada de multa.

Dá ou não dá vontade de perguntar: Mudasti?

Obrigada Público!

O Público reconheceu, está reconhecido.
Desde que me dediquei a estas andanças da assessoria nunca mais vi um texto meu escarrapachado nas folhas de um qualquer jornal ou de uma qualquer revista. Nem tão cedo pensava ver, pois tive de suspender temporariamente a carteira de jornalista por incompatibilidade. Portanto, foi com grande emoção que vi um post da minha autoria publicado nos Bologues em papel ( Público, edição 11 de Setembro).

Há noites fantásticas, não há!?


Não fossem as trufas de chocolate, uma mão cheia de boas amigas, o fado, o hip hop, o general lá se ter decidido acompanhar-me e a câmara fotográfica da mana, a noite de ontem tinha sido mais uma… Mais uma que ficava marcada com o episódio das chaves esquecidas.
Uma história que me persegue há longos anos. Estávamos no ano de 1990, à porta do teatro D. Maria, prontos para assistir ao Poder de Górgone, com Rui de Carvalho. A peça foi um sucesso e a viagem para casa foi de táxi.

Um pulo até ao Verão de 2005. Depois de um fantástico dia de praia, nada melhor do que terminar com um choco frito nas tascas de Setúbal. Era bom… não fosse um truque de magia (negra) ter trancado o carro durante a travessia do rio Sado. Resultado: QUATRO viagens de barco até chegar a chave suplente.

Para matar saudades destas aventuras, ontem voltámos a passar pelo mesmo.
Papel principal: a chave de casa.
Cenário: Porta do Lux
Décor: Sapato vermelho, unha Gabriela, rabo-de-cavalo postiço (depois explico), maquilhagem de noite.
Trama: “Tens a chave de casa? Não, tens tu?! Não…”
Uma unha negra depois e os estores destruídos regressámos à festa.
Há noites fantásticas, não há!?

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Child dreams

Em miúda, tinha a mania de dizer que quando crescesse queria andar de unhas compridas e vermelhas, sapatos de salto, ter uma secretária grande com muitos papéis, gabinete com uma vista bonita e um cadeirão.

Semana sim, semana não, lá vou eu à minha querida Maria fazer a manicura vermelha que oscila entre o Carmim e o Gabriela. Não passo uma estação sem comprar, pelo menos, dois sapatos da nova colecção. Tenho uma secretária grandita, um cadeirão e vista para o Rio Tejo.

Para os mais distraídos: faltam-me o papéis…

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Assim foi o meu fim-de-semana















O segredo está nas plásticas

Muito tem sido dito e escrito sobre o caso Madeleine McCann. Prometo não ser mais um inspector de sofá. Aliás, é mesmo isso que me leva a escrever, talvez por não conseguir ter uma opinião formada sobre o desaparecimento da pequena Maddie, suspeito que devo ser a única…
Por um lado, as suspeitas que caem sobre os pais, em particular a mãe, dão-me alguma tranquilidade no sentido da resolução do mistério. Por outro lado, recuso-me a acreditar na estratégia fria e cruel daqueles pais que nos poderão ter feito de palhaços com uma campanha fraudulenta, chegando à bênção Papal.
É tudo muito estranho, é verdade. Mas daí a tentar-se resolver o crime pegando nas alegadas plásticas de Kate, como já ouvi por aí, na maquilhagem e na ausência de lágrimas… é ir longe demais. “Hum… vê-se logo que está envolvida no crime, olhem lá para aqueles plásticas no nariz!”

Uma palavrinha a todos aqueles que criticam a forma como a comunicação social está a fazer a cobertura deste caso: Foram os próprios pais que chamaram a imprensa, usando-a como ferramenta nas buscas da filha. Contrataram assessores, convocaram conferências e marcaram entrevistas.
Mais grave, são exactamente essas pessoas, que criticam o circo montado em torno deste caso de polícia, que se sentam no sofá e se colam em frente ao ecrã a querer saber mais e mais. Para saberem mais, é preciso alguém investigar e, neste caso, essa missão é dos jornalistas. Respeito!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Bela manhã...

Está uma pessoa a tentar passar despercebida, numa missão de alto risco, em pleno hipermercado ao fazer uma pesquisa de publicidade na secção das revistas sem ser apanhada e é abordada por uma criancinha histérica, do outro lado do corredor: “Senhora! Senhora, já chegou o jogo xpto?” Levantei o olhar, sem nunca imaginar que a senhora era eu, e não é que era mesmo… Mas já não se pode vestir vermelho nesta terra? Somos assim confundidos com os funcionários do Continente. Irra, gentinha…