segunda-feira, 13 de agosto de 2007

O verdadeiro choque tecnológico

Irritantes por natureza, as segundas-feiras são os dias mais odiados pelos comuns dos mortais, mas há umas que abusam.

Há um mês decidi levantar o meu relatório clínico para ouvir uma segunda opinião. À partida seria um processo simples: toma lá o dinheiro da consulta, dá cá as dezenas de exames que me fizeram ao longo de cinco anos. Fácil, hein? Mas não. O português tem de dificultar: “A senhora tem de preencher um questionário, marcar uma consulta e comparecer com o marido”. Esperei quatro semanas.
Hoje, 30 minutos antes da hora marcada, estava na sala de espera da Maternidade Alfredo da Costa. Passou uma hora, passaram duas horas e decidi rodar a baiana. “Importa-se de me dizer o que se está passar com a minha consulta, hein?!” “É por ordem de chegada”, responde-me a tal senhora que ao longo deste tempo que frequentei aquele serviço nunca inovou os gestos, o discurso (cheios de chesss), a farda, o relógio, o penteado, nem os chinelos.
Se é por ordem de chegada, afinal porque marcam hora? Nunca percebi. Continuando. Aqui a Boop, já possessa e a embirrar com a própria sombra, é chamada pela médica, que diz…
aqui muita atenção, pois este é o verdadeiro, o autêntico CHOQUE TECNOLÓGICO: “Vá beber um cafezinho porque houve uma avaria no computador e não lhe consigo fazer já o relatório”.
Contei até mil em apenas um segundo. Vocês segurem-me.
Perdi uma manhã de trabalho, corro o risco dos meus directores suspeitarem que prolonguei o fim-de-semana e, depois de duas horas e meia à espera, ela confessa que o relatório não estava pronto. Então a consulta de levantamento de processo serve para ver uma médica a bater o meu relatório? É impressão minha ou isso já devia estar pronto?

Para piorar o meu dia, que amanheceu turvo, só me falta terminá-lo com a professora de espanhol (em breve conto-vos esta aventura españuela) a questionar os verbos e eu não acertar um…Também calhava-me sempre o vosotros... Irra!

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